EU, RIO
Milene Sarquissiano
Pelo sim e pelo não.
Pelo certo e pelo errado.
Pelo que havia pra ser vivido,
E covardemente não se viveu.
Pelo alimento em abundância,
E pela falta constante do pão.
Pela palavra mal proferida,
E pela boca que emudeceu.
Pelo amor descabido de alguns,
E por não caber amor em muitos.
Pela água que mata a sede,
E pela sede incessante de matar.
Pela inteligência que há no mundo,
E pela burrice de não bem usá-la.
Pela riqueza que veste a carne,
E pela pobreza que despe o espírito.
Pelo dito e pelo não dito,
Dos meus olhos nascem rios...
E, enquanto rio
Eu não sorrio.
Exatamente.
ResponderExcluirSou a palhacinha rs.
Memória fantástica a sua, brilhante como sua escrita.
Sou sua admiradora, e quando soube que estava reativando seu blog tive que vir beber um pouco de palavras e sentimentos, para minimizar minha sede, acarinhar os olhos da minha alma, e te dar os parabéns.
Excelente regresso a este espaço infinito.
E obrigada pela sua visita!
Quem me conhece sabe que não rasgo seda.
Admiro muito como escreves.