quinta-feira, 14 de abril de 2011

AGÔNICA


AGÔNICA
milene sarquissiano


mais do que ser bebida
na agonia de notunas taças
onde dor e cristais se (con)fundem
e a baunilha da lua escorre
feito baba de moça
nas bocas de lixo
não sabia que viver
ia além de respirar
não se pervertia
não se permitia
amargava a boca
pela falta de beijo
de rasgo nos lábios
de sulcos de sangue
e uma língua descalça
que ousasse brincar
no quintal da garganta
e se enchia de vinho
pra encher o vazio
do excesso de ócio
e da falta de cio