segunda-feira, 21 de setembro de 2009

E SE...


E SE...
Milene Sarquissiano

E se eu te oferecer os meus braços
E neles tropeçares os teus medos?

E se eu fizer cócegas na borda da terra
E encher de sorrisos as tuas esperanças?

E se eu invadir de primavera, os teus poros
E perfumar as tuas íntimas vontades?

E se eu fizer dos teus olhos, palco
E dançar o meu corpo nas tuas pupilas?

E se eu me deitar nos teus versos nus
E fizer amor com a tua poesia?

E se o meu cheiro de cio te der barato
E ficares dependente da minha loucura?

E se eu quiser sentir o gosto do pecado
E fizer com a tua língua, o diabo?

E se eu te amar intensamente um só dia
E fizer valer a tua vida toda de solidão?

NOITE DE GALA


NOITE DE GALA
Milene Sarquissiano

Tomei porre de sereno
E embriagada, mergulhei em ti.

Nua, nadei no mar de estrelas
Do céu da tua boca...
Enquanto tu, tecias fino poema
Na seda dos meus pêlos,
Vestindo de gala, a minha nudez.

Dormi com a madrugada
E amanheci na lua,
Com os lábios orvalhados,
Do teu branco mel...

COLISÃO


COLISÃO
Milene Sarquissiano

Dobro meu olhar
Nas tuas esquinas
Na esperança
De um choque
Frontal...
...Fatal!

AH!(SIMETRIA)


(Ah!)SIMETRIA
Milene Sarquissiano

Nas minhas curvas
Fiz da tua língua, reta
E perdi a minha linha
Nos teus traços tortos

SOBREVIVÊNCIA


SOBREVIVÊNCIA
Milene Sarquissiano


Ainda que cortem minhas asas
Minha imaginação seguirá voando...

Ainda que me tirem as pernas
Seguirei andando de cabeça erguida...

Ainda que me arranquem os braços
Eles estarão sempre abertos e abraçando...

Ainda que me ceguem os olhos
Continuarei enxergando amor em tudo...

Ainda que me tapem os ouvidos
Ouvirei sempre o meu coração...

Ainda que me calem a boca
Levarei a minha palavra adiante...

Ainda que me tirem todo o ar
Eu respirarei poesia...e sobreviverei!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

JARDINEIRO


JARDINEIRO
Milene Sarquissiano

Olha menino, que lindo!
Ganhei um jardim.
Não um jardim qualquer.
Um jardim com versos
Coloridos e perfumados,
Ornado com delicadas rimas
E regado de gentis sutilezas.

Olha menino, que lindo!
Estrelas faceiras e arteiras
Fazendo cócegas nos sonhos,
Enchendo olhos de sorrisos
Cegando infelicidades.

Olha menino, que lindo!
Beijos colhidos agora
Metricamente embrulhados
Em lágrimas de saudades,
À espera dos lábios de mel
Onde docemente morrerão.

Olha menino, que lindo!
Nuvens vestidas de asas
Debruçadas sobre o arco-íris
Voando esperanças coloridas
Tingindo o cinza de poesia.

Olha menino, que lindo!
A lua caindo feito pingente
No colo da dama-da-noite
Seduzindo a madrugada
Molhada de tanto sereno

Viste menino, que lindo?
Esse jardim mora em mim
Queres ser meu jardineiro?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

INVASÃO


INVASÃO
Milene Sarquissiano

Ah, amor...
Sonho contigo todas as noites
Quando me invades, sem pedir licença
Deixando meu corpo inconsciente
Só de imaginar-te, sob os lençóis...

Encachaçada por tua ausência
Trago-te à minha inebriante cama
Onde descabido, te esparramas
Fazendo do meu corpo...
...Usucapião!

A carne se faz quente e sangrenta
Os olhos latejam...
...Turvos de desejo!
O seio arde em intensa chama
Queimando o bico, de tanto prazer...

E num atropelar quase suicida
Saboreias o meu gosto de mato
Nos pêlos em que tua língua tropeça...

Minha umidade se faz rio
Pra te receber...
Acordo!
Inundada de solidão...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

MUSA


MUSA
Milene Sarquissiano

Lua,
Me deixa ser teu céu
Pra que imensa
Eu te pertença
E tu me habites
Infinitamente...
Tua,
Me deixa ser teu universo
Posto que tu já és o meu
Eternizada musa
Nos meus miúdos versos


terça-feira, 25 de agosto de 2009

QUERES DANÇAR COMIGO?


QUERES DANÇAR COMIGO?
Milene Sarquissiano


Queres mesmo dançar comigo?
Mas não será uma dança qualquer
Nessa dança serás conduzido
Pelos desejos de uma mulher

Quero que me pegues de jeito
E te abraçes à minha cintura
Com os seios vou roçar teu peito
E ler teu corpo, feito partitura

Feche os olhos, se deixe seduzir
Na insanidade dos meus movimentos
Que o melhor da dança está por vir

É quando o juízo faz strip-tease
E me invades, sem constrangimentos
Pra que em teu corpo eu me realize



domingo, 23 de agosto de 2009

FEBRE!


FEBRE!
Milene Sarquissiano

Me dê um beijo além do rosto
E deixe que esse beijo revele
Que a tua língua tem o gosto
De fogo, queimando a pele

E que esse fogo se propague
Se alastre em nós, rapidamente
Que a noite toda não se apague
E seja cada vez mais ardente

E depois da fome saciada
Me aninhar em teus cabelos
Alisando a tua pele molhada

E sonhar um futuro pra nós
Enquanto arrepio teus pêlos
Com o sussurar da minha voz

sábado, 22 de agosto de 2009

SAUDADE


SAUDADE
Milene Sarquissiano

A tua ausência esparramada
É dor aguda, feito ponta de lança
É hemorragia, que não estanca
É navalha cortando a noite
Retalhando o silêncio
Sangrando a alma!
A tua ausência...
...me mata!!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

OLHOS DE BORBOLETA



OLHOS DE BORBOLETA
Milene Sarquissiano


Meus olhos de borboleta
Batem asas de felicidade
Quando pousam fascinados
Na menina dos olhos teus

PROSTITUTA


PROSTITUTA!
Milene Sarquissiano

Tantos homens passaram pela minha cama
Tantos outros ainda passarão...
Alguns, deixaram o melhor de si
Outros, levaram o melhor de mim
Uns, me fizeram mulher...
Outros, foram mais mulher que eu!
O cheiro de alguns, me inebria
O cheiro de outros, me enoja!
Com uns, paguei meus pecados
Outros, fiz ajoelhar e rezar!
Pra alguns, fui meiga donzela
Pra outros, safada e cadela
Alguns, marcaram meu lençol com sêmem
Outros, deixaram marcas(filhos)em mim
Os filhos não vingaram...
Por pura vingança!
Sabiam que uns, seríam filhos da mãe...
Mas todos, seríam filhos da puta!


terça-feira, 18 de agosto de 2009


Esperei a tua boca
Pra beijar minha tristeza
E sufocar a solidão
Que repousa nos meus lábios
Esperei...

Milene Sarquissiano

quinta-feira, 13 de agosto de 2009


OCEÂNICOS OLHOS
(Ao poeta Oswaldo Antônio Begiato)


Queria ser um peixinho
Pra nadar por entre os versos
Que se encontram submersos
Em teus oceânicos olhos.


Milene Sarquissiano

quarta-feira, 12 de agosto de 2009


ABATE
Milene Sarquissiano

Há uma fome de felino
Nos teus olhos de menino
Uma fera reconhece a outra...
Gosto de atiçar teu faro!
Gosto da selvageria desvirginada
Quando te "embretas" na minha mata
E te perdes nas minhas trilhas
À procura do que sempre achas:carne!
Sou presa fácil...
Arranha a minha pele
Quebra os meus ossos
Devora-me com tua atrocidade!
Toma o meu sangue num porre louco
E vai me abatendo, aos poucos
Que é pra eu urrar de dor
E morrer, por causa nobre...
E quando eu estiver mortinha
Engole-me de uma só vez
Que é pra não dar chance pro azar
Pra não correr o risco de eu gostar
E querer reencarnar...
Só pra morrer de novo!




segunda-feira, 10 de agosto de 2009


PROMESSA
Milene Sarquissiano

Vamos dormir bem juntinhos
No chão de uma praia qualquer
Fazer da areia cobertor e ninho
Que nos aqueça quando o frio vier

Ver estrelas durante os beijos
Mesmo que não estejam no céu
Corar a lua com nossos desejos
E adoçar o mar, com nosso mel

E antes do espreguiçar da aurora
Bocejar sonhos em conchinhas
Até que chegue o dia e a hora

De contarmos pelo mundo afora
Que no meu castelo, és a rainha
E na minha vida, és minha senhora


sexta-feira, 7 de agosto de 2009



À ESPERA...
Milene Sarquissiano

Guardo-te!
No hálito das manhãs
Impregnadas pelo teu cheiro
De cio, café e hortelã...
Guardo-te!
Nas dobras dos lençóis
Amarrotados pelos sonhos
Que escorregaram no cetim...
Guardo-te!
No teto da praia
Como a estrela mais brilhante
Que tinge o mar de purpurina...
Guardo-te!
Na lua de seresta
Que se debruça sobre o jardim
Inebriada pelo som da viola...
Guardo-te!
No caminho que faço chão
Como rota de felicidade
Mão única para o amor...
Guardo-te!
Na maciez de cada palavra
Que afaga o sal da lágrima
Ao ler-me musa da tua poesia...
Guardo-te!
Enquanto te aguardo...


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

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terça-feira, 4 de agosto de 2009


SEDE
Milene Sarquissiano

Baila tua língua na minha
Num beijo sabor veludo
Arrepiando a minha saliva
Me deixando à deriva...
Estupra a minha razão
Pra que eu perca a noção
Do que é certo e errado...
E que temperada de ousadia
Eu me deite à tua mesa
Sendo prato principal e sobremesa...
Toma os meus fartos seios
Na carne flácida dos teus lábios
Inebriando-te no meu perolado leite
E mata a tua sede de mim...


quarta-feira, 29 de julho de 2009


Meu Guri!
(dedicado ao meu filho Luís Otávio)


A noite era fria e chovia tanto...
O vento açoitava furioso a vidraça
Em meio a risos, dores e pranto
Conheci o tal "estado de graça"

Há vinte e dois anos nascia
Na maternidade da Beneficência
Um guri, que de tudo fazia
Pra testar a minha paciência

Muitas noites mal dormidas
Acordadas por chorinho terno
Tinha o hobby de longas mamadas
Mas tinha que ser, logo no inverno?

Bola de gude, pandorga, figurinha
Lancheira, karatê e futebol...
Boletim, gangorra, e praçinha
Pirulito, e xixi no lençol...

O tempo fez do guri um homem
Que da minha saia, se desgrudou
Mas sou a mesma mãe de ontém
Ainda pergunto: filho, já se alimentou?


Milene Sarquissiano

domingo, 26 de julho de 2009



QUERO!
Milene Sarquissiano

Queria...
Me debruçar no algodão das nuvens
E bordar flores nos raios de sol
Para enfeitar as tuas manhãs

Queria...
Reger o canto dos pássaros
Fazendo da melodia, doce trilha
Para embalar os nossos corações

Queria...
Pintar meu corpo da cor do céu
E te fazer ver estrelas
No meu umbigo de lua cheia

Queria...
Me disfarçar de chuva fina
E fazer cócegas no teu corpo
Garoando nas tuas curvas

Queria...
Usar a linha do horizonte
Para escrever ternos versos
Fazendo da vida, lírica poesia

Queria...
Usar o verbo no presente
Para no futuro dizer:
Queria...hoje é passado!

...Quero!!



sábado, 25 de julho de 2009

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sexta-feira, 17 de julho de 2009

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segunda-feira, 13 de julho de 2009


AMOR INDECENTE
(meu primeiro poema)

A minha prenda tá diferente
Quer um amor tipo indecente
Me quer insano, despudorado
Fazendo cara de homem tarado!

Nas mãos, colocar algemas,
No corpo, chuva de alfazemas.
Venda nos olhos...ai! que perigo!
Beber champanhe dentro do umbigo.

E num ato típico de teatro
Sem dó, te botar de quatro
No meu pampa te fazer potranca
Cavalgando em tuas belas ancas.

Selar o feito com um belo grito
Sentir-se herói pela desenvoltura
Rir-se sozinho, de tão contente
Agradecendo à prenda o amor diferente.


Milene Sarquissiano
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MORRER EM TI
Milene Sarquissiano

Quero tremer a minha boca
Na umidade dos teus pêlos
Mergulhar em salgados mistérios
Navegar nos teus hemisférios

Quero assimilar teu gosto de mar
E me afogar em corais de prazer
Beber tuas loucas profundezas
Arrecifes de raras belezas

Quero trançar as nossas línguas
E ouriçar tua estrela-do-mar
Te prender nos meus tentáculos
Me molhar em teus obstáculos

Quero fazer do teu corpo
Um Havaí de perigosas ondas
E se a bandeira estiver escarlate
Deixe que eu morra...não me resgate!



PRESENTE
Milene Sarquissiano

Não passaste, tão pouco ficaste
Posto que és agora e presente
Doces lábios que nos meus tocaste
Açucaram mesmo quando ausente

Não há neblina, nem frio que faça
Nem os cristais dos pingos do sereno
Não há nada que esse amor desfaça
Nem a gota de qualquer veneno

Pois o calor da brasa da lareira
Arde intenso e sobremaneira
E queima até no forte do verão

E tua prenda espera faceira
A hora de se entregar inteira
Seja no inverno, ou noutra estação



MEDO!
Milene Sarquissiano


Ouça!

O silêncio
Esparramado...
Transeunte absoluto
no vácuo...

Perdido!

Na dobra
... dos detalhes.
Habitando sombras!
Vestindo...
...silhuetas.
Escondido...
...nas gavetas!

Sinta!

O perfume de neon
Cintilando...
...no nada!

Fragrância desbotada.

Cheiro
De melancolia...
...Camuflada
Em frascos vencidos!

Olhe!

A morbidez...
...rondando
Sustentando o eixo
Mantendo...
...vivo
O que já está...

Morto!!


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FOME
Milene Sarquissiano


Furiosa em minhas veias
Lateja uma vontade obcena.
Desejo de vadiar no teu corpo
Me perder nos teus atalhos...

Indômito animal, eu salivo,
Teu cio cheiro me apetece.
A minha fome é indecente
Tenho urgência da tua carne...

Mortificada em febril desejo
Transito em teu baixo ventre
Onde salgo a minha língua
Temperando meus sentidos...

Perco-me em teus vãos espaços
Na minha boca, tua intimidade.
Engulo-te escandalosamente
Vulcanicamente explodes lavas...



BANHO
Milene Sarquissiano

Escorre em mim feito calda
Que é pra lavar minh'alma

Desliza doce em cada curva
Que eu já tô ficando turva

Os olhos estão cerrados
Os lábios trancafiados

Arrepia meus pêlos
Da raiz aos cabelos

Te atreve! Me ferve!

Lubrifica meu instinto
Que é selvagem, não minto!

Adentra em minhas frestas
Desvenda as minhas arestas

Escorre pelos meus meios
Ouriça os meus rijos seios

Deságua em mim feito cascata
De tanto tesão, me mata!

Mistura teu líquido ao meu
Do teu vapor eu faço breu

Jorra teu jato forte e quente
Serpenteia o pecado eminente

Esporra em mim tua liquidez
Dá-me um banho de insensatez ...


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PORRE
Milene Sarquissiano

Só de olhar aquele homem
Eu tremia...suava...
Era um amor louco
Um amor encosto...
...obsessão!

Ele mal chegava perto
E eu já me punha nua...
Vulgar...
...atrevida!

O meu olhar...
...era ácido!
O meu batom...
...vermelho
Sangrava desejo!

Subia um calorão
nas coxas...
Dava um frio...
...na espinha
E eu perdia a linha!

E a gente se amava
Feito dois canibais em jejum!

E quando ele partia...
Eu bebia a tristeza
Misturada com rum...
...e saquê.
E ria...
...nem sei de quê!!